terça-feira, 1 de março de 2011

Na sala de espera

Você está desempregada e cada convite para entrevista é encarado com uma possível chance de se dar bem ainda que -intimamente- você já saia de casa sabendo que vai ser furada, que vai ganhar mal, demorar horas para chegar e sair do trabalho , e reza para que o perrengue dessa vez seja menor do que o anterior. Mas na hora que você diz sim para a criatura que está no outro lado da linha não pensa nisso, vê pelo lado bom ( "é uma grande oportunidade de crescimento'') e topa.

Vai com uma roupa legal, cheirosa mas não muito perfumada (há uma diferença, sabiam?) , imprime no seu rosto o melhor sorriso, passa um batom discreto, chega ao local com uns 10/15 minutos antes do marcado, afinal durante seu ócio teve tempo ''livre'' de sobra para poder ler algumas coisas na internet , do tipo '' Como se dar bem em uma entrevista'' e resolveu acreditar. Não te custava muito, custava? Pois é, quem sabe dessa vez arrume algo e já fica pensando como será e criando expectativas. Ao chegar no local deu uma olhada no ambiente, ''falta pouco para ser atendida'', lembra da sua mãe falando sobre a postura e se ajeita na cadeira, o tempo vai passando e ...10, 20, 30 minutos, nada, 1 hora, pronto, chegou a sua vez. O sorriso já está murcho, o pensamento já voou e no rosto agora está estampado a decepção, a esperança se transforma em mágoa, ''como me fizeram de tola'' e a decepção com o ex-quase-futuro-empregador é latente antes mesmo da entrevista começar.

Nas entrevistas que participei salvo atrasos toleráveis (minha paciência aguenta até os 15 minutos) a maioria dos entrevistadores me fizeram esperar . Ou seja, nada do que escrevi acima foi inventado, tudo foi sentido e marcado aqui. Penso que se a pessoa que marcou comigo não podia atender naquela hora por que marcou? Se não há uma desculpa boa e , dificilmente têm, encaro como descaso , penso que se fazem isso com alguém que você quer conquistar para a sua empresa imagine o que não fará caso ele seja contratado? O que parece vir na mente dessas pessoas é que se a pessoa está procurando emprego ela, provavelmente, tem tempo de sobra então pode perder 2 horas contigo, ''não custa nada''. Grande erro. Posso estar cometendo uma grande injustiça mas se o pessoal do RH fez a leitura corporal e etc, nós, do outro lado também fazemos. E agora?

Um comentário:

  1. Show de bola!
    Você pôs em prática tudo aquilo que já estamos cansadas de passar e de contarmos uma pra outra!
    Ironicamente, hj, dia 01/03 recebi duas ligações de entrevistas sendo uma dela de uma empresa que muita gente se mataria pra trabalhar. Recusei porque afinal nem sei quando mandei meu currículo para eles e só agora vieram me chamar pra alguma coisa. Mas agora é tarde, minha vida profissional já mudou de rumo e estou muito feliz onde estou. A outra ligação era referente a um currículo que mandei dia 12/01, ou seja, só 2 meses depois que resolveram fazer contato, mas como já disse e repito, agora é tarde e estou muito feliz onde estou!
    Pessoal do RH, por favor, tenham mais respeito com seus canditados, afinal, quem está desempregado não tem dinheiro pra ficar fazendo "n" entrevistas que a maioria de nada vale, pois vocês nunca dão o retorno que dizem que irão dar. E muitas das entrevistas também são muito longe (alô, mercado de moda!), em locais muito perigosos e nos deixam mofando na sala de espera.

    Simone Medeiros (pq esse email tá ridículo, tá na hora de mudar, hahahahha)

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