segunda-feira, 14 de março de 2011

Largando o emprego

A condição do desemprego depende de muitas coisas, inclusive do empregador ou do empregado na hora da demissão, a procura do primeiro emprego , a espera de uma colocação melhor ou, a mais temida; a falta de oportunidades no mercado. Seja como for, parece que sempre aquele que está sem emprego é a escória da humanidade ( me chamem de exagerada) mas tem quem peça para sair preferindo assim manter sua sanidade ao emprego. Ou não, veremos na história a seguir.

O personagem de hoje é um grande técnico de futebol, um dos melhores do seu país, ganhou vários títulos mas depois de um desgaste de anos em determinado clube, foi para um dos seus rivais, nele teve uma passagem apagada e foi demitido. Foi quando um time de outra cidade achou que era hora de dar um upgrade no seu quadro de funcionários, porém havia um problema: já tinha um técnico em exercício . E a estrela pretendida -em nome da ética- não conversaria com um clube que contasse com um profissional no cargo. Sendo assim, acreditando na eminência da contratação do craque das pranchetas, o tal técnico foi demitido e o novo foi contratado com pompas e era então decretado o início de uma nova era no time.

Em certa parte foi , a torcida regojizou-se quando este fora chamado para o maior cargo que um técnico pode almejar e recusou em nome da honra e da ética (de novo ela) ,logo depois o maior título nacional foi conquistado, poderia ter sido mais fácil mas quem esperou 26 anos para levantar novamente a taça e estava habituado a sofrer não se importou com isso e, dessa forma, lavou a alma. O ano seguinte prometia; novos reforços milionários, um time embalado e duas competições onde a meta e obrigação era os títulos, foi aí que tudo degringolou. O técnico antes ousado, partiu para a retranca e mesmo conseguindo resultados satisfatórios não colocava o melhor que tinha para jogo, na competição internacional conseguiu pífio rendimento, no estadual sofreu uma eliminação para time pequeno. A torcida ainda estava ao seu lado mas o desânimo era nítido. Nos jornais saiam notícias sobre o suposto descontentamento do treinador que se confirmou posteriormente com a notícia do seu pedido de demissão. O motivo alegado foi a falta de estrutura do clube.

A partir dessa história quis levantar as seguintes questões, todas, obviamente, sem respostas. Queria deixar como proposta de reflexão e que indo além dos rótulos técnico/clube, isso pode se aplicar à relação empregado/empregador.

- O empregador tem total direito de demitir um funcionário e contratar outra se assim julgar necessário. Mas a forma com que isso é feita tem de ser bastante cuidadosa.

- O profissional ao impor a condição de não haver ninguém no cargo para negociar sua ida ou não para a empresa faz bem ou mal? De qualquer forma ele está forçando a demissão de outro e se a empresa fez isso com um por que não fará contigo quando não estiver suprindo mais a necessidade desta?

- Ao negar uma proposta para um cargo ''sonhado'' o personagem falou em honra, ética e exemplo para os filhos. Ao sair do clube o fez pela porta dos fundos. Na vida profissional deve-se ao menos ser coerente com seus atos e palavras. Se você diz algo e depois volta atrás, fique certo que será sempre lembrado por isso.

- Ao chegar em uma empresa o empregado já conhecia a estrutura desta, sabia que em menos de um ano uma nova gestão começaria e que para que o ambiente de trabalho melhorasse teria de esperar um pouco.É óbvio que o profissional tem o direito de lutar por condições superiores mas nada era uma surpresa, alegar na sua demissão esse o motivo foi incoerente.

- Dizem que o tal treinador tem uma oferta melhor de um outro clube, bem estruturado e remuneração maior. Repito, todo profissional tem o direito de buscar condições melhores. Mas se o motivo foi realmente esse por que não ser sincero?
Prezo pela sinceridade em qualquer relação , inclusive no trabalho , se você recebeu uma proposta melhor ,abra o jogo com o seu empregador, ele pode ficar chateado mas a honestidade é a melhor saída e você não o deixará na mão e em maus lençóis.

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